
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
Imitation of Life

Charades, pop skill
Water hyacinth
Named by a poet
Imitation of life
Like a coin in a frozen pond
Like a goldfish in a bowl
I don't want to hear you cry
That sugarcane that tasted good
That's cinnamon, that's Hollywood
Come on, come on
No one can see you try
You want the greatest thing
The greatest thing since bread came sliced
You've got it all
You've got it sized
Like a Friday fashion show
Teenager freezing in the corner
Trying to look like you don't try
That sugarcane that tasted good
That's cinnamon, that's Hollywood
Come on, come on
No one can see you try
No one can see you cry
That's sugarcane that tasted good
That's freezing rain, that's what you could
Come on, come on
No one can see you cry
This sugarcane, this lemonade
This hurricane, I'm not afraid
Come on, come on
No one can see me cry
This lightning storm, this tidal wave
This avalanche, I'm not afraid
Come on, come on
No one can see me cry
That sugarcane that tasted good
That's who you are, that's what you could
Come on, come on
No one can see you cry
That sugar cane that tasted good
That's who you are, that's what you could
Come on, come on
No one can see you cry
(R.E.M.)
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
Duda Paes, a gente acredita que vem e faz, mas o Gabeira? precisa pegar o trem pra Madureira...
O Duda Paes não nasceu no subúrbio, mas por seu trabalho administrativo, aprendeu a ficar mais perto da gente sangue bom, que torce no Maraca, que lota a arquibancada, e volta de trem pra casa.
Só quem tem origem suburbana sabe o que é pegar o trem e sentir como é ser povo na acepção da palavra.
Não basta enaltecer Ipanema, das suas águas paradisíacas ou da sua gente bonita que olha para o subúrbio com ar de lugar muito além do túnel...menina que passa, coisa mais linda, mais cheia de graça..é verdade, mas nos lados da linha suburbana da Central do Brasil ou da Leopoldina, só indo e vivendo, pra saber como o carioca pode se tornar o mais expontaneo churrasqueiro da esquina, de bermudão, sem camisa, muita cerva gelada no domingo que é pra curtir com a vizinhança, sem preconceito de cor, idade ou escolaridade.
Vai chegando e sentando, na beira da calçada ou no caixote improvisado, vai trazendo o seu alô, risada sem parcimônia, um lugar de gente simples e respeitosa, gente que sabe onde tem o nariz e onde mete o bedelho. Não dá pra torcer o nariz pensando se a carne é de gato, ou se tem gente sem dente, isso é coisa da zona sul camuflada, onde se vive de pompa, circunstância, eloquencia e ares de papai sabe tudo.
Na periferia suburbana, quem sabe das coisas é malandro e esconde o jogo. Só a ida e a volta ao trabalho, durante a semana, de trem , ônibus , van ou no transporte alternativo, ou no metrô da Pavuna, quem é realmente carioca sente e sabe o que é curtir um engarrafamento, um enguiço, um atraso e um calor de condução apinhada, enquanto se fala de tudo, desde futebol à política e se faz enredo de samba, pra cada carnaval que se aproxima.
A princesinha do Subúrbio, Madureira, dá o tom do adereço, do começo da prosa, da letra do samba, do termômetro de vendas no seu mercado, tradição de quem compra apetrechos pra festa, pra despacho ou pra fantasia.
Lugar de quem é procurado na hora do voto e esquecido na entre safra eleitoreira, o subúrbio carioca não é lugar de gente boba, isso é que não é mesmo...
Discurso concatenado, a gente entende, bate palmas, mas enredo enrolado, de quem nem sabe bem o que se passa pelas bandas distantes da luz e do glamour da orla marítima carioca, nem vem que não tem. Pega o trem, meu camarada, atravessa o túnel, aterrissa na Penha, na zona da mata que sobrevive com garra, onde falta sempre um pouco de tudo, menos a luta pela sobrevivência e o bom humor nas tardes dominicais.
Vinícius, com "gente humilde", definiu bem o que é o subúrbio carioca. Aí me dá como uma inveja dessa gente, que vai em frente, sem ter com quem contar...
Pois que se conte com alguém mas que seja alguém menos emproado, com menos nariz empinado, que seja gente como a gente, que não nos traga tanta frase feita, mas sim trabalho definido, coisa de quem põe a mão na massa, mete o pé no atoleiro, pisa no cocô na grama ou na calçada, enfrenta enchente, ajuda o "companheiro", extende a mão, enfrenta a madrugada na fila da matrícula da escola, ou vai junto pra porta do pronto socorro, esperar pelo atendimento, ao lado de um familiar ou amigo.
É gente assim que faz a diferença, sem modéstia, que pega na alça do caixão do presidente da escola, que se ajeita no seu pleiteado lugar ao sol, ainda que a luz lhe seja difusa ou os holofotes brilhem para as zonas mais ricas da cidade.
Nada disso importa se um sujeito fala a lingua do povo e o reconhece, ou melhor, se reconhece como gente também humilde, mas é preciso ter voz menos impostada, não se deixar levar pela onda, entender que o Rio é mais periferia que zona Sul, em número e força de trabalho.
Para prefeito do Rio, vou de Duda, homem com cara de trabalho, administrador com eficiência comprovada, e, quanto ao Gabeira, sei que ele é ícone da história, merece legislar, discursar e desfilar na orla, mas, ainda não aprendeu a pegar o trem pra Madureira.
Aparecida Torneros (nascida e criada em Ramos,moradora da Vila Isabel, carioca da zona Norte e suburbana de carteirinha)
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
Ritmo de vida
Nesse meu curto período na Europa, percebi que as coisas não são bem como se pensa, pelo menos no Brasil. Estamos anos-luz atrás deles em algumas coisas mas anos-luz na frente em outras. Levando em consideração que os europeus têm uma história muito maior que a nossa.
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
Pensamentos
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
Um dia

Você não só não esquece a outra pessoa como pensa muito mais nela...
Um dia nós percebemos que as mulheres tem extinto "caçador" e fazem qualquer homem sofrer...
Um dia descobrimos que se apaixonar é inevitável...
Um diapercebemos que as melhores provas de amor são as mais simples...
Um dia percebemos que o comum não nos atrai...
Um dia saberemos que ser classificado como o "bonzinho" não é bom...
Um dia perceberemos que a pessoa que nunca te liga é a que mais pensa em você...
Um dia saberemos a importância da frase: "Tu se tornas eternamente responsável
por aquilo que cativas..."
Um dia percebemos que somos muito importante para alguém mas não damos valor a isso...
Um dia percebemos como aquele amigo faz falta, mas ai já é tarde demais...
Enfim...
um dia descobrimos que apesar de viver quase um século
esse tempo todo não é suficiente
para realizarmos todos os nossos sonhos,
para beijarmos todas as bocas que nos atraem,
para dizer tudo o que tem que ser dito..
O jeito é: ou nos conformamos com a falta de algumas coisas na nossa vida ou lutar para realizar todas as
nossas loucuras...
Quem não compreende um olhar tampouco compreenderá uma longa explicação.
Mário Quintana (colaborou Edilson Ayrosa)
quarta-feira, 20 de agosto de 2008
Das Utopias
terça-feira, 19 de agosto de 2008
Felicidade Realista

o que já é um pacote louvável,
mas nossos desejos são ainda mais complexos.
Não basta que a gente esteja sem febre:
queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis.
Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema:
queremos a piscina olímpica e uma temporada num spa cinco estrelas.
E quanto ao amor? Ah, o amor...
não basta termos alguém com quem podemos conversar,
dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando.
Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo.
Queremos estar visceralmente apaixonados,
queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados,
queremos jantar à luz de velas de segunda a domingo,
queremos sexo selvagem e diário,
queremos ser felizes assim e não de outro jeito.
É o que dá ver tanta televisão.
Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista.
Ter um parceiro constante, pode ou não, ser sinônimo de felicidade.
Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais,
feliz com um parceiro, feliz sem nenhum.
Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio.
Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo.
Não perder tempo juntando, juntando, juntando.
Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado.
E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda,
buscando coisas que saiam de graça,
como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade.
Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável.
Fazer exercícios sem almejar passarelas,
trabalhar sem almejar o estrelato,
amar sem almejar o eterno.
Olhe para o relógio: hora de acordar.
É importante pensar-se ao extremo,
buscar lá dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz
mas sem exigir-se desumanamente.
A vida não é um jogo
onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio.
Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade.
Se a meta está alta demais, reduza-a.
Se você não está de acordo com as regras, demita-se.
Invente seu próprio jogo.
Faça o que for necessário para ser feliz.
Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples,
você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade.
Ela transmite paz e não sentimentos fortes,
que nos atormenta e provoca inquietude no nosso coração.
Isso pode ser alegria, paixão, entusiasmo, mas não felicidade.
Mário Quintana - Colaborou Bianca Cardoso de Oliveira
Fly me to the moon...
segunda-feira, 18 de agosto de 2008
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
Poema

Desejo primeiro que você ame,
E que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja assim,
Mas se for, saiba ser sem desesperar.
Desejo também que tenha amigos,
Que mesmo maus e inconseqüentes,
Sejam corajosos e fiéis,
E que pelo menos num deles
Você possa confiar sem duvidar.
E porque a vida é assim,
Desejo ainda que você tenha inimigos.
Nem muitos, nem poucos,
Mas na medida exata para que, algumas vezes,
Você se interpele a respeito
De suas próprias certezas.
E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo,
Para que você não se sinta demasiado seguro.
Desejo depois que você seja útil,
Mas não insubstituível.
E que nos maus momentos,
Quando não restar mais nada,
Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.
Desejo ainda que você seja tolerante,
Não com os que erram pouco, porque isso é fácil,
Mas com os que erram muito e irremediavelmente,
E que fazendo bom uso dessa tolerância,
Você sirva de exemplo aos outros.
Desejo que você, sendo jovem,
Não amadureça depressa demais,
E que sendo maduro, não insista em rejuvenescer
E que sendo velho, não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e
É preciso deixar que eles escorram por entre nós.
Desejo por sinal que você seja triste,
Não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra
Que o riso diário é bom,
O riso habitual é insosso e o riso constante é insano.
Desejo que você descubra ,
Com o máximo de urgência,
Acima e a respeito de tudo, que existem oprimidos,
Injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.
Desejo ainda que você afague um gato,
Alimente um cuco e ouça o joão-de-barro
Erguer triunfante o seu canto matinal
Porque, assim, você se sentirá bem por nada.
Desejo também que você plante uma semente,
Por mais minúscula que seja,
E acompanhe o seu crescimento,
Para que você saiba de quantas
Muitas vidas é feita uma árvore.
Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro,
Porque é preciso ser prático.
E que pelo menos uma vez por ano
Coloque um pouco dele
Na sua frente e diga "Isso é meu",
Só para que fique bem claro quem é o dono de quem.
Desejo também que nenhum de seus afetos morra,
Por ele e por você,
Mas que se morrer, você possa chorar
Sem se lamentar e sofrer sem se culpar.
Desejo por fim que você sendo homem,
Tenha uma boa mulher,
E que sendo mulher,
Tenha um bom homem
E que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes,
E quando estiverem exaustos e sorridentes,
Ainda haja amor para recomeçar.
E se tudo isso acontecer,
Não tenho mais nada a te desejar ".
(Victor Hugo)
domingo, 10 de agosto de 2008
Human Behavior

They're terribly, terribly, terribly moody of human behavior
And there ir no map
Human behavior, human behavior
There's definitely, definitely, definitely no logic
All At Sea

I’m all at sea
Where no one can bother me
Forgot my roots
If only for a day
Just me and my thoughts
Sailing far away
Like a warm drink it seeps into my soul
Please just leave me right here on my own
Later on you could spend some time with me
If you want to, all at sea
I’m all at sea
Where no-one can bother me
I sleep by myself
I drink on my own
I don’t speak to nobody
I gave away my phone
Like a warm drink it seeps into my soul
Please just leave me right here on my own
Later on you could spend some time with me
If you want to, all at sea
Now I need you more than ever
I need you more than ever now
If you don’t need it every day
But sometimes don’t you just crave
To disappear within your mind
You never know what you might find
So come and spend some time with me
And we will spend it all at sea
Like a warm drink it seeps into my soul
Please just leave me right here on my own
Later on you could spend some time with me
If you want to, all at sea
Ooooh
If you want to, all at sea
If you want to
(Jamie Cullum)
quarta-feira, 30 de julho de 2008
Crippled Inside

You can shine your shoes and wear a suit
You can comb your hair and look quite cute
You can hide your face behind a smile
One thing you cant hide
Is when youre crippled inside
You can wear a mask and paint your face
You can call yourself the human race
You can wear a collar and a tie
One thing you cant hide
Is when youre crippled inside
Well now you know that your
Cat has nine lives
Nine lives to itself
But you only got one
And a dogs life aint fun
Mamma take a look outside
You can go to church and sing a hymn
You can judge me by the color of my skin
You can live a lie until you die
One thing you cant hide
Is when youre crippled inside
Well now you know that your
Cat has nine lives
Nine lives to itself
But you only got one
And a dogs life aint fun
Mamma take a look outside
You can go to church and sing a hymn
You can judge me by the color of my skin
You can live a lie until you die
One thing you cant hide
Is when youre crippled inside
One thing you cant hide
Is when youre crippled inside
One thing you cant hide
Is when youre crippled inside
quarta-feira, 2 de julho de 2008
Beatles in the sky with diamonds

Picture yourself in a boat on a river,
With tangerine trees and marmalade skies
Somebody calls you, you answer quite slowly,
A girl with kaleidoscope eyes.
Cellophane flowers of yellow and green,
Towering over your head.
Look for the girl with the sun in her eyes,
And she's gone.
Lucy in the sky with diamonds.
Follow her down to a bridge by a fountain
Where rocking horse people eat marshmellow pies,
Everyone smiles as you drift past the flowers,
That grow so incredibly high.
Newspaper taxis appear on the shore,
Waiting to take you away.
Climb in the back with your head in the clouds,
And you're gone.
Lucy in the sky with diamonds,
Picture yourself on a train in a station,
With plasticine porters with looking glass ties,
Suddenly someone is there at the turnstyle,
The girl with the kaleidoscope eyes.
segunda-feira, 30 de junho de 2008
Too Much Rain

Laugh when your eyes are burning
Smile when your heart is filled with pain
Sigh as you brush away your sorrow
Make a vow that it's not gonna happen again
It's not right in one life too much rain
You know the wheels keep turning
Why do the tears run down your face?
We used to hide away our feelings
But for now tell yourself it won't happen again
It's not right in one life too much rain
It's too much for anyone
Too hard for anyone
Who wants a happy and peaceful life
You've gotta learn to laugh
Smile when you're spinning round and round
Sigh as you think about tomorrow
Make a vow that your gonna be happy again
It's all right in your life no more rain
It's too much for anyone
Too hard for anyone
Who wants a happy and peaceful life
You've gotta learn to laugh
Vista cansada

Acho que foi o Hemingway quem disse que olhava cada coisa à sua volta
como se a visse pela última vez. Pela última ou pela primeira vez?
Pela primeira vez foi outro escritor quem disse. Essa idéia de olhar
pela última vez tem algo de deprimente. Olhar de despedida, de quem
não crê que a vida continua, não admira que o Hemingway tenha acabado
como acabou.
Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver, disse o poeta.
Um poeta é só isto: um certo modo de ver. O diabo é que, de tanto
ver, a gente banaliza o olhar. Vê não-vendo. Experimente ver pela
primeira vez o que você vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não
é. O que nos cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade.
O campo visual da nossa rotina é como um vazio.
Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta. Se alguém lhe
perguntar o que é que você vê no seu caminho, você não sabe. De tanto
ver, você não vê. Sei de um profissional que passou 32 anos a fio
pelo mesmo hall do prédio do seu escritório. Lá estava sempre, pontualíssimo,
o mesmo porteiro. Dava-lhe bom-dia e às vezes lhe passava um recado
ou uma correspondência. Um dia o porteiro cometeu a descortesia de
falecer.
Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? Não fazia a mínima
idéia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser notado, o porteiro teve que
morrer. Se um dia no seu lugar estivesse uma girafa, cumprindo o rito,
pode ser também que ninguém desse por sua ausência. O hábito suja
os olhos e lhes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente,
coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos.
Uma criança vê o que o adulto não vê. Tem olhos atentos e limpos
para o espetáculo do mundo. O poeta é capaz de ver pela primeira vez
o que, de fato, ninguém vê. Há pai que nunca viu o próprio filho.
Marido que nunca viu a própria mulher, isso existe às pampas. Nossos
olhos se gastam no dia-a-dia, opacos. É por aí que se instala no coração
o monstro da indiferença.
(Otto Lara Resende)
sábado, 28 de junho de 2008

Aos 54 anos, Roberto Dinamite assume a presidência do Vasco com a missão de levar o time às conquistas, o que não acontece desde 2003. Além disso, o dirigente vai ter a missão de recuperar o prestígio e a simpatia do clube, que foram ficando pelo caminho durante a gestão de Eurico Miranda. Maior artilheiro da história do clube, com 708 gols, o ex-jogador espera montar uma equipe forte, aumentar o patrimônio cruzmaltino e recuperar o poder de investimento com o auxílio de novos parceiros.
SURGE O DINAMITE
Roberto chegou ao Vasco em 1969 levado por um olheiro do clube. Em sua primeira temporada, o jogador ganhou massa muscular, pois era muito franzino. Um mês após desembarcar na Colina, Calu, como era conhecido nos tempos de garoto, já era titular dos juvenis. No Carioca da categoria, em 1970, ele assinalou dez gols. No ano seguinte, na mesma competição, foram 13. A artilharia da competição chamou a atenção do treinador dos profissionais, Mário Travaglini, que promoveu o garoto para a disputa do Campeonato Brasileiro de 1971.
Aos 18 anos, Roberto fez a sua estréia nos profissinais do Vasco. O time acabou derrotado pelo Bahia por 1 a 0, no dia 14 de novembro de 71. Classificado para a fase seguinte do Brasileirão, o time da Colina estava prestes a encarar o Atlético-MG, que viria a ser o campeão nacional daquele ano. Em uma atividade antes do confronto, o atacante teve atuação destacada e ganhou a vaga de titular. No dia seguinte, um jornal carioca estampou: "Vasco escala garoto-dinamite!"
O primeiro gol do "garoto-dinamite" só aconteceu no dia 28 de novembro de 71. Na partida contra o Internacional, Roberto entrou no segundo tempo no lugar de Gilson Nunes. Em seu primeiro lance, ele passou por quatro adversários e marcou o segundo gol do Vasco na partida conra o Internacional. De lá para cá, o garoto abriu passagem para Roberto Dinamite.
IDENTIFICAÇÃO COM O VASCO
A partir do primeiro gol, Roberto criou uma identificação com o clube da Colina. De 1971 a 1980, o jogador não cansou de balançar a rede dos rivais. No primeiro ano da década de 80, o jogador se transferiu para o Barcelona, mas sem conseguir se adaptar logo retornou a São Januário. Curiosamente, o seu maior opositor nas últimas eleições do Vasco, Eurico Miranda foi um dos responsáveis por sua volta.
Fora Vasco e Barcelona, Roberto tem passagens pela Portuguesa, em 1989, e pelo Campo Grande, em 1991. Na Lusa, o jogador foi comandado por Antônio Lopes e participou de seu último campeonato brasileiro. Lá, ele balançou a rede nove vezes. Em sua última volta ao time da Colina, o atacante foi fundamental na conquista do título estadual de 1992 de forma invicta.
Com a camisa cruzmaltina, Dinamite marcou 702 gols, sendo 190 em campeonatos brasileiros. Até hoje, o jogador é o mais goleador de campeonatos nacionais. Ao longo de sua vida como profissional, Roberto conquistou 37 títulos.
SELEÇÃO BRASILEIRA
Na seleçao brasileira, Dinamite participou de duas copas do mundo, em 1978 e 1982. Com a amarelinha, ele marcou 26 gols. No entanto, não conquistou nenhum título de expressão. Em 1978, Dinamite ajudou a equipe a passar para a segunda fase do torneio ao marcar um gol na terceira partida da fase inicial do torneio, contra a Áustria. Ele encerrou o Mundial com três gols.
Em 1982, Roberto foi convocado em cima da hora pelo então treinador da seleção brasileira, Telê Santana, mas não foi utilizado em nenhuma partida da competição. O jogador se restringiu a participar dos treinamentos. Com a camisa canarinho, ele foi artilheiro da Copa América de 1983.
POLÍTICA VASCAÍNA
Roberto chega a sua terceira eleição como candidato da situação, já que o pleito de 2006 foi adiado. Opositor de Eurico Miranda por não concordar com a forma como o dirigente comanda o futebol vascaíno, Dinamite sonha com dias melhores para o Vasco. Na chapa "Por Amor ao Vasco", ele sonha recuperar o prestígio do clube, montar uma equipe forte para a disputa das competições, e melhorar o poder de investimento e de aceitação da marca cruzmaltina no setor privado.
Nas eleições anteriores, o dirigente perdeu por uma pequena margem de votos, mas sempre contestando a forma que foi realizado o pleito. Em 2006, o dirigente entrou na Justiça por causa de irregularidades na assembléia daquele ano e conseguiu a remarcação de uma nova eleição em 2008. No último sábado, a chapa de Dinamite conseguiu vencer na opinião dos associados. Nesta sexta-feira, o conselho deliberativo ratificou a vitória do candidato da oposição.
Fonte: GloboEsporte.com
quinta-feira, 26 de junho de 2008
With a Little Bit of Luck

domingo, 22 de junho de 2008
Lonely Road (nu nu)

I tried to find something new
But all I could ever do
Was fill my time
With thoughts of you
I tried to go somewhere old
To search for my pot of gold
But all I could ever hold
Inside my mind
Were thoughts of you
I hear your music
And it's driving me wild
Familiar rhythms
In a different style
I hear your music
And it's driving me wild again
Don't want to let you take me down
Don't want to get hurt second time around
Don't want to walk that lonely road again
I hear your music
And it's driving me wild
Familiar rhythms
In a different style
I hear your music
And it's driving me wild again
Don't want to let you take me down
Don't want to get hurt second time around
Don't want to walk that lonely road again
Don't want to let you take me down
Don't want to get hurt second time around
Don't want to walk that lonely road again
(Paul McCartney)
Changes

sábado, 21 de junho de 2008
Haiti

Da fundação casa de Jorge Amado
Pra ver do alto a fila de soldados, quase todos pretos
Dando porrada na nuca de malandros pretos
De ladrões mulatos e outros quase brancos
Tratados como pretos
Só pra mostrar aos outros quase pretos
(E são quase todos pretos)
E aos quase brancos pobres como pretos
Como é que pretos, pobres e mulatos
E quase brancos quase pretos de tão pobres são tratados
E não importa se os olhos do mundo inteiro
Possam estar por um momento voltados para o largo
Onde os escravos eram castigados
E hoje um batuque um batuque
Com a pureza de meninos uniformizados de escola secundária
Em dia de parada
E a grandeza épica de um povo em formação
Nos atrai, nos deslumbra e estimula
Não importa nada:
Nem o traço do sobrado
Nem a lente do fantástico,
Nem o disco de Paul Simon
Ninguém, ninguém é cidadão
Se você for a festa do pelô, e se você não for
Pense no Haiti, reze pelo Haiti
O Haiti é aqui
O Haiti não é aqui
E na TV se você vir um deputado em pânico mal dissimulado
Diante de qualquer, mas qualquer mesmo, qualquer, qualquer
Plano de educação que pareça fácil
Que pareça fácil e rápido
E vá representar uma ameaça de democratização
Do ensino do primeiro grau
E se esse mesmo deputado defender a adoção da pena capital
E o venerável cardeal disser que vê tanto espírito no feto
E nenhum no marginal
E se, ao furar o sinal, o velho sinal vermelho habitual
Notar um homem mijando na esquina da rua sobre um saco
Brilhante de lixo do Leblon
E quando ouvir o silêncio sorridente de São Paulo
Diante da chacina
111 presos indefesos, mas presos são quase todos pretos
Ou quase pretos, ou quase brancos quase pretos de tão pobres
E pobres são como podres e todos sabem como se tratam os pretos
E quando você for dar uma volta no Caribe
E quando for trepar sem camisinha
E apresentar sua participação inteligente no bloqueio a Cuba
Pense no Haiti, reze pelo Haiti
O Haiti é aqui
O Haiti não é aqui
(Caetano Veloso - Gilberto Gil)
sexta-feira, 20 de junho de 2008
quinta-feira, 19 de junho de 2008
Insônia

Espera-me uma insônia da largura dos astros,
Não durmo; não posso ler quando acordo de noite,
Ah, o ópio de ser outra pessoa qualquer!
Não durmo, jazo, cadáver acordado, sentindo,
Não tenho força para ter energia para acender um cigarro.
Estou escrevendo versos realmente simpáticos —
Tenho sono, não durmo, sinto e não sei em que sentir.
Não durmo. Não durmo. Não durmo.
Ó madrugada, tardas tanto... Vem...
A Perfeição

Samba do Grande Amor

quarta-feira, 18 de junho de 2008
Agora Falando Sério

Eu queria não cantar
A cantiga bonita
Que se acredita
Que o mal espanta
Dou um chute no lirismo
Um pega no cachorro
E um tiro no sabiá
Dou um fora no violino
Faço a mala e corro
Pra não ver a banda passar
Agora falando sério
Eu queria não mentir
Não queria enganar
Driblar, iludir
Tanto desencanto
E você que está me ouvindo
Quer saber o que está havendo
Com as flores do meu quintal?
O amor-perfeito, traindo
A sempre-viva, morrendo
E a rosa, cheirando mal
Agora falando sério
Preferia não falar
Nada que distraísse
O sono difícil
Como acalanto
Eu quero fazer silêncio
Um silêncio tão doente
Do vizinho reclamar
E chamar polícia e médico
E o síndico do meu prédio
Pedindo pra eu cantar
Agora falando sério
Eu queria não cantar
Falando sério
Agora falando sério
Eu queria não falar
Falando sério
(Chico Buarque)
terça-feira, 17 de junho de 2008
Tabacaria

Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Falhei em tudo.
(Come chocolates, pequena;
(Tu que consolas, que não existes e por isso consolas,
Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?)
Álvaro de Campos, 15-1-1928
domingo, 15 de junho de 2008
Biblioteca Virtual Gratuita

Cruz de Malta

Guerreiros do Almirante
José Bispo Clementino dos Santos (12/05/1913 - 14/06/2008)

Vá com Deus, Jamelão! E, se tiver samba no céu, assuma seu lugar de puxador oficial do paraíso.
Ilmo Sr. Ciro Monteiro ou Receita Pra Virar Casaca de Neném

Amigo Ciro
Muito te admiro
O meu chapéu te tiro
Muito humildemente
Minha petiz
Agradece a camisa
Que me deste à guisa
De gentil presente
Mas caro nego
Um pano rubro-negro
É presente de grego
Não de um bom irmão
Nós separados
Nas arquibancadas
Temos sido tão chegados
Na desolação
Amigo velho Amei o teu conselho
Amei o teu vermelho
Que é de tanto ardor
Mas quis o verde
Que te quero verde
É bom pra quem vai ter
De ser bom sofredor
Pintei de branco o teu preto
Ficando completo
O jogo da cor
Virei-lhe o listrado do peito
E nasceu desse jeito
Uma outra tricolor
(Chico Buarque)