quinta-feira, 14 de outubro de 2010

One, two, three, four, five...lets go for a drive....to São Paulo!



1,2,3,4,5 Let's go for a drive
6,7,8,9,10 Let's go there and back again

Something's open it's my heart
If something's missing it's when we're apart
If something's good it's when we're back together again

Nothing's wrong it's just insane
Nothing's right until you're back again
Nothing's broken when it's softly spoken
And we're walking slowly down the lane

Why don't we drive in the rain
Straight to the eye of the hurricane
Go for a ride in the driving rain

1,2,3,4,5 Let's go for a drive
6,7,8,9,10 Ooh Ooh
1,2,3,4,5 Let's go for a drive
6,7,8,9,10 Let's go there and back again
Baby, baby

You come walking through my door
Like the one that I've been waiting for
Letting sunshine in the darkest places when I've been going there again

So why don't we drive in the rain
Straight to the eye of the hurricane

Why don't we drive in the rain
Straight to the eye of the hurricane
Go for a ride in the driving rain
1,2,3,4,5 Let's go for a drive
6,7,8,9,10 Ooh Ooh
1,2,3,4,5 Let's go for a drive
6,7,8,9,10 Let's go there and back again
Baby, baby

In the driving rain
Why don't we drive
In the driving rain

1,2,3,4,5 Ooh Ooh
6,7,8,9,10 Let's go back again
1,2,3,4,5 Let's go for a drive
6,7,8,9,10 Let's go there and back again

You come walking through my door
Like the one that ive been waiting for...

(Paul McCartney)

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Sweetest Little Show In Town



Well They Can Treat You Like A Brother
Yeah They Can Treat You Like A Clown
But If They Treat You Like A Lover
They've Got The Sweetest Little Show In Town
You Got The Sweetest Little Show
Sweetest Little Show
Sweetest Little Show In Town

You've Been Around A Long Time
But You're Still Good For A While
And If They Try To Criticise You
Make Them Smile, Make Them Smile

And If They Treat You Like A Brother
Well You Will Never Let Them Down
But If They Treat You Like A Lover
They've Got The Sweetest Little Show In Town
They Got The Sweetest Little Show
Sweetest Little Show
Sweetest Little Show In Town

You Got The Sweetest Little Show
Sweetest Little Show
Sweetest Little Show In Town

- Guitar Piece -

You Got The Sweetest Little Show
Sweetest Little Show...

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Os Anjos



Hoje não dá
Hoje não dá
Não sei mais o que dizer
E nem o que pensar

Hoje não dá
Hoje não dá
A maldade humana agora não tem nome
Hoje não dá

Pegue duas medidas de estupidez
Junte trinta e quatro partes de mentira
Coloque tudo numa forma
Untada previamente
Com promessas não cumpridas
Adicione a seguir o ódio e a inveja
Dez colheres cheias de burrice
Mexa tudo e misture bem
E não se esqueça antes de levar ao forno temperar
Com essência de espirito de porco
Duas xícaras de indiferença
e um tablete e meio de preguiça

Hoje não dá
Hoje não dá
Está um dia tão bonito lá fora
E eu quero brincar

Mas hoje não dá
Hoje não dá
Vou consertar a minha asa quebrada
E descansar

Gostaria de não saber destes crimes atrozes
É todo dia agora e o que vamos fazer?
Quero voar pra bem longe mas hoje não dá
Não sei o que pensar e nem o que dizer
Só nos sobrou do amor
A falta que ficou

(R.Russo)

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Nesse mesmo dia, noutro dia, na Europa...





...já teríamos nos despedido dos novíssimos velhos amigos e amigas de todos os cantos do mundo que encontramos em Paris...



e teríamos seguido para a Bélgica...





...onde, em Brugges, estariamos comendo uma deliciosa pizza.

Nesse mesmo dia, noutro dia, na Europa...



...eu já teria tirado a primeira foto da viagem, ainda no Aeroporto Antônio Carlos Jobim...




...já teria cumprido um longo percurso transatlântico, dado um pulinho em Portugal pra deflorar meu passaporte e já teria chegado em Paris pra encontrar Alessandra desolada e sem bagagem.



Mas não sem antes ter visto, pela escotilha do avião, um lindo sol nascente.



Já teria feito minha primeira refeição (muito original por sinal), a mala desaparecida já teria reaparecido e nós já teriamos conhecido muita coisa de Paris...



...sempre de metro ou trem.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Life is Wonderful

Ocaso em Pedra Bonita

It takes a crane to build a crane
It takes two floors to make a storie
It takes an egg to make a hen
It takes a hen to make an egg
There is no end to what I'm saying

It takes a thought to make a word
And it takes some words to make an action
And it takes some work to make it work
It takes some good to make it hurt
It takes some bad for satisfaction

Ah la la la la la la life is wonderful
Ah la la la la la la life goes full circle
Ah la la la la life is wonderful
Ah la la la la la

It takes a night to make it done
And it takes a day to make you yawn brother
And it takes some old to make you young
It takes some cold to know the sun
It takes the one to have the other

And it takes no time to fall in love
But it takes you years to know what love is
And it takes some fears to make you trust
It takes those tears to make it rust
It takes the dust to have it polished

Ah la la la la la la life is wonderful
Ah la la la la la la life goes full circle
Ah la la la la la la life is wonderful
Ah la la la la

It takes some silence to make sound
And it takes a lost before you found it
And it takes a road to go nowhere
It takes a toll to show you care
It takes a hole to see a mountain

Ah la la la la la life is wonderful
Ah la la la la la life goes full circle
Ah la la la la la la life is wonderful
Ah la la la la la life is meaningful
Ah la la la la la la life is wonderful
Ah la la la la la life is meaningful
Ah la la la la la la life is full of
Ah la la la la la life is so full of love
Ah la la la la la life is wonderful
Ah la la la la la la life is meaningful
Ah la la la la la life is full of
Ah la la la la la life is so full of love

(Jason Mraz)

sexta-feira, 28 de maio de 2010

O Outro

Fogo

- Você tem outro por dentro...

Foi sua mãe que lhe disse, pela primeira vez, a frase assustadora. Outra pessoa dentro do seu corpo. E agora essa! Como se não bastassem todos os seus outros terrores. O escuro. A certeza de que tinha um monstro embaixo da sua cama. Banho. Matemática. Leite de Magnésia. Roque, o colega de aula maior do que ele, que vivia ameaçando lhe bater. Outro por dentro!

Era tímido. Quieto. Míope desde pequeno. Introspectivo. Mas às vezes fazia coisas que ele mesmo se surpreendia. Travessuras. Maldades com o gato. Atos súbitos de rebeldia. E de coragem também. Agora sabia. Ele era ele, aquele que via no espelho. Um menino sério e bom, incapaz de insultar um mosquito, quanto mais matar uma mosca. O Outro é que fazia loucuras. O monstro não estava embaixo da cama, estava dentro dele.

No começo, teve pesadelos. Imaginava que acordaria no meio da noite e encontraria o Outro ao seu lado. Os olhos brilhando no escuro, de maldade.

- Que-quem é você?

- Você sabe. Eu sou o Outro que você tem por dentro. Ou melhor, tinha. Resolvi sair e tomar o seu lugar.

O Outro o engoliria vivo. Ele passaria a ser o que o Outro tinha por dentro. Sua mãe e seu pai não notariam a diferença. Só saberiam que o Outro tinha tomado conta tarde demais, quando ele incendiasse a cama do casal com o casal em cima.

Depois pensou que até seria divertido deixar o Outro tomar conta. Queria ver a cara do Roque quando o provocasse para uma briga sem saber que ele não era ele, era o monstro. O Outro demoliria Roque com seu repertório de golpes sujos. E aproveitaria o impulso pra pular na mesa da professora de matemática e fazer xixi na sua cabeça. Seria o herói da turma. E expulso do colégio.

E ele dentro do Outro, um menino sério e bom, tentando controlá-lo. A consciência do Outro. Faria o possível para lhe dar remorso e auto controle. Mas não se responsabilizaria pelos seus atos. Quando morresse iria para o Céu. Qualquer dúvida sobre o seu comportamento na Terra e diria:

- Não fui eu, foi o Outro.

O Outro jamais tomaria banho ou leite de magnésia. E poria o dedo no nariz até na frente das visitas.

...

- Você tem outro por dentro, hein?

Quem lhe disse a frase, anos depois, foi uma namorada, surpreendida com a sua audácia. Ele, um rapaz tão quieto, tão respeitador...

A esta altura ele já convivia naturalmente com o Outro. Até lhe dera um nome. Rudimar Pombão, vulgo Rudi. Ou, ainda, El Hormonal. O maior libido do Ocidente. Vivia em comunicação interna com o outro. O Outro lhe dava ordens.

- Agora. Vai!

- Você está doido.

- Vai! Ela está querendo. Vai

- Assim, sem mais nem menos? Sem dizer nada?

- Diz que você está morrendo de amor e precisa de uma respiração boca a boca. Diz que tem problemas de circulação e precisa esquentar a mão. Diz qualquer coisa. Mas vai!

- Não posso.

- Então sai daí e deixa comigo.

E Rudi tomava os controles. Às vezes a surpresa era tanta que não havia resistência. Mas às vezes havia.

- Eu não disse? Não era a hora. Você precisa se controlar, Rudi.

- Está bem, está bem. Não deu certo. Esquece.

- Você faz a bobagem, mas quem leva o tapa sou eu.

- Esquece

...

Anos mais tarde, achou que a situação era insustentável. Foi a um psicanalista.

- Me parece haver um processo de esquizofrenia latente, decorrente de uma sublimação exagerada do id pelo ego e...

- Id, ego...Essas palavras grandes me confundem. O que o senhor quer dizer, doutor?

- Você tem outro por dentro.

Era a confirmação científica. Rudi estava lá e pretendia ficar.

...

Na meia idade, tendo aprendido a disfarçar sua timidez com ironia e algumas inesperadas frases de espírito, costumava ouvir a frase. Já tinha uma resposta pronta.

- Você tem outro por dentro.

- Não, não. Eu sou gordo assim mesmo.

Já não dava muita atenção para o Outro. Ele era ele, aquele que via no espelho, só mais velho. Paciência. O Outro protestava:

- Mas que paciência? Reage, rapaz. Eu não estou pronto para a meia-idade. Estou com dezessete anos, no máximo vinte. Vamos lá. Barriga pra dentro! Peito para fora! Lentes de contato! El Hormonal ainda nem começou a lutar.

- Sossega, Rudi.

- Nunca! Quando você morrer, vão ter que me levar arrastado. Vou protestar até o fim do velório. Vamos embra. Discotecas! Pré-pubentes! Romance! Intriga! Emoção!

- Eu não quero, vai você.

- Mas eu preciso de você, diabo! Sem você não posso ir a parte alguma...Também, o veículo que eu fui escolher. Eu não mereço. Eu não mereço!

- Você eu não sei, mas eu vou me deitar pra ler.

- Claro. Excitante. Ultimamente nós só vamos para a cama com a Agatha Christie...

- Não é verdade. Na semana passada foi com a Liv Ulmann.

-E a ironia... Eu não mereço.

- Quieto.

- Se eu ao menos pudesse pedir transferência. Para o John Travolta. Sei lá.

- Shhh.

- Olha aí. Não vai nem ler. Vai dormir. Nem a Agatha Christie o excita mais. Ei! Careca!

- Shhh...

- Acorda! Me deixa sair! Eu quero sair!

Mas os dois fecham os olhos.

(Luiz Fernando Veríssimo)

Nobody Told Me



Everybody's talking and no one says a word
Everybody's making love and no one really cares
There's Nazis in the bathroom just below the stairs
Always something happening and nothing going on
There's always something cooking and nothing in the pot
They're starving back in China so finish what you got

Nobody told me there'd be days like these
Nobody told me there'd be days like these
Nobody told me there'd be days like these
Strange days indeed -- strange days indeed

Everybody's runnin' and no one makes a move
Everyone's a winner and nothing left to lose
There's a little yellow idol to the north of Katmandu
Everybody's flying and no one leaves the ground
Everybody's crying and no one makes a sound
There's a place for us in the movies you just gotta lay around

Nobody told me there'd be days like these
Nobody told me there'd be days like these
Nobody told me there'd be days like these
Strange days indeed -- most peculiar, mama

Everybody's smoking and no one's getting high
Everybody's flying and never touch the sky
There's a UFO over New York and I ain't too surprised

Nobody told me there'd be days like these
Nobody told me there'd be days like these
Nobody told me there'd be days like these
Strange days indeed -- most peculiar, mama

(John Lennon)

domingo, 23 de maio de 2010

O Outro

Iaaaaarrrghhhh...

Como decifrar pictogramas de há dez mil anos
se nem sei decifrar
minha escrita interior?

Interrogo signos dúbios
e suas variações calidoscópicas
a cada segundo de observação.

A verdade essencial
é o desconhecido que me habita
e a cada amanhecer me dá um soco.

Por ele sou também observado
com ironia, desprezo, incompreensão.
E assim vivemos, se o confronto se chama viver,
unidos, impossibilitados de desligamento,
acomodados, adversos, roídos de infernal curiosidade.

(Carlos Drummond de Andrade)