segunda-feira, 30 de junho de 2008
Too Much Rain

Laugh when your eyes are burning
Smile when your heart is filled with pain
Sigh as you brush away your sorrow
Make a vow that it's not gonna happen again
It's not right in one life too much rain
You know the wheels keep turning
Why do the tears run down your face?
We used to hide away our feelings
But for now tell yourself it won't happen again
It's not right in one life too much rain
It's too much for anyone
Too hard for anyone
Who wants a happy and peaceful life
You've gotta learn to laugh
Smile when you're spinning round and round
Sigh as you think about tomorrow
Make a vow that your gonna be happy again
It's all right in your life no more rain
It's too much for anyone
Too hard for anyone
Who wants a happy and peaceful life
You've gotta learn to laugh
Vista cansada

Acho que foi o Hemingway quem disse que olhava cada coisa à sua volta
como se a visse pela última vez. Pela última ou pela primeira vez?
Pela primeira vez foi outro escritor quem disse. Essa idéia de olhar
pela última vez tem algo de deprimente. Olhar de despedida, de quem
não crê que a vida continua, não admira que o Hemingway tenha acabado
como acabou.
Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver, disse o poeta.
Um poeta é só isto: um certo modo de ver. O diabo é que, de tanto
ver, a gente banaliza o olhar. Vê não-vendo. Experimente ver pela
primeira vez o que você vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não
é. O que nos cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade.
O campo visual da nossa rotina é como um vazio.
Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta. Se alguém lhe
perguntar o que é que você vê no seu caminho, você não sabe. De tanto
ver, você não vê. Sei de um profissional que passou 32 anos a fio
pelo mesmo hall do prédio do seu escritório. Lá estava sempre, pontualíssimo,
o mesmo porteiro. Dava-lhe bom-dia e às vezes lhe passava um recado
ou uma correspondência. Um dia o porteiro cometeu a descortesia de
falecer.
Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? Não fazia a mínima
idéia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser notado, o porteiro teve que
morrer. Se um dia no seu lugar estivesse uma girafa, cumprindo o rito,
pode ser também que ninguém desse por sua ausência. O hábito suja
os olhos e lhes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente,
coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos.
Uma criança vê o que o adulto não vê. Tem olhos atentos e limpos
para o espetáculo do mundo. O poeta é capaz de ver pela primeira vez
o que, de fato, ninguém vê. Há pai que nunca viu o próprio filho.
Marido que nunca viu a própria mulher, isso existe às pampas. Nossos
olhos se gastam no dia-a-dia, opacos. É por aí que se instala no coração
o monstro da indiferença.
(Otto Lara Resende)
sábado, 28 de junho de 2008

Aos 54 anos, Roberto Dinamite assume a presidência do Vasco com a missão de levar o time às conquistas, o que não acontece desde 2003. Além disso, o dirigente vai ter a missão de recuperar o prestígio e a simpatia do clube, que foram ficando pelo caminho durante a gestão de Eurico Miranda. Maior artilheiro da história do clube, com 708 gols, o ex-jogador espera montar uma equipe forte, aumentar o patrimônio cruzmaltino e recuperar o poder de investimento com o auxílio de novos parceiros.
SURGE O DINAMITE
Roberto chegou ao Vasco em 1969 levado por um olheiro do clube. Em sua primeira temporada, o jogador ganhou massa muscular, pois era muito franzino. Um mês após desembarcar na Colina, Calu, como era conhecido nos tempos de garoto, já era titular dos juvenis. No Carioca da categoria, em 1970, ele assinalou dez gols. No ano seguinte, na mesma competição, foram 13. A artilharia da competição chamou a atenção do treinador dos profissionais, Mário Travaglini, que promoveu o garoto para a disputa do Campeonato Brasileiro de 1971.
Aos 18 anos, Roberto fez a sua estréia nos profissinais do Vasco. O time acabou derrotado pelo Bahia por 1 a 0, no dia 14 de novembro de 71. Classificado para a fase seguinte do Brasileirão, o time da Colina estava prestes a encarar o Atlético-MG, que viria a ser o campeão nacional daquele ano. Em uma atividade antes do confronto, o atacante teve atuação destacada e ganhou a vaga de titular. No dia seguinte, um jornal carioca estampou: "Vasco escala garoto-dinamite!"
O primeiro gol do "garoto-dinamite" só aconteceu no dia 28 de novembro de 71. Na partida contra o Internacional, Roberto entrou no segundo tempo no lugar de Gilson Nunes. Em seu primeiro lance, ele passou por quatro adversários e marcou o segundo gol do Vasco na partida conra o Internacional. De lá para cá, o garoto abriu passagem para Roberto Dinamite.
IDENTIFICAÇÃO COM O VASCO
A partir do primeiro gol, Roberto criou uma identificação com o clube da Colina. De 1971 a 1980, o jogador não cansou de balançar a rede dos rivais. No primeiro ano da década de 80, o jogador se transferiu para o Barcelona, mas sem conseguir se adaptar logo retornou a São Januário. Curiosamente, o seu maior opositor nas últimas eleições do Vasco, Eurico Miranda foi um dos responsáveis por sua volta.
Fora Vasco e Barcelona, Roberto tem passagens pela Portuguesa, em 1989, e pelo Campo Grande, em 1991. Na Lusa, o jogador foi comandado por Antônio Lopes e participou de seu último campeonato brasileiro. Lá, ele balançou a rede nove vezes. Em sua última volta ao time da Colina, o atacante foi fundamental na conquista do título estadual de 1992 de forma invicta.
Com a camisa cruzmaltina, Dinamite marcou 702 gols, sendo 190 em campeonatos brasileiros. Até hoje, o jogador é o mais goleador de campeonatos nacionais. Ao longo de sua vida como profissional, Roberto conquistou 37 títulos.
SELEÇÃO BRASILEIRA
Na seleçao brasileira, Dinamite participou de duas copas do mundo, em 1978 e 1982. Com a amarelinha, ele marcou 26 gols. No entanto, não conquistou nenhum título de expressão. Em 1978, Dinamite ajudou a equipe a passar para a segunda fase do torneio ao marcar um gol na terceira partida da fase inicial do torneio, contra a Áustria. Ele encerrou o Mundial com três gols.
Em 1982, Roberto foi convocado em cima da hora pelo então treinador da seleção brasileira, Telê Santana, mas não foi utilizado em nenhuma partida da competição. O jogador se restringiu a participar dos treinamentos. Com a camisa canarinho, ele foi artilheiro da Copa América de 1983.
POLÍTICA VASCAÍNA
Roberto chega a sua terceira eleição como candidato da situação, já que o pleito de 2006 foi adiado. Opositor de Eurico Miranda por não concordar com a forma como o dirigente comanda o futebol vascaíno, Dinamite sonha com dias melhores para o Vasco. Na chapa "Por Amor ao Vasco", ele sonha recuperar o prestígio do clube, montar uma equipe forte para a disputa das competições, e melhorar o poder de investimento e de aceitação da marca cruzmaltina no setor privado.
Nas eleições anteriores, o dirigente perdeu por uma pequena margem de votos, mas sempre contestando a forma que foi realizado o pleito. Em 2006, o dirigente entrou na Justiça por causa de irregularidades na assembléia daquele ano e conseguiu a remarcação de uma nova eleição em 2008. No último sábado, a chapa de Dinamite conseguiu vencer na opinião dos associados. Nesta sexta-feira, o conselho deliberativo ratificou a vitória do candidato da oposição.
Fonte: GloboEsporte.com
quinta-feira, 26 de junho de 2008
With a Little Bit of Luck

domingo, 22 de junho de 2008
Lonely Road (nu nu)

I tried to find something new
But all I could ever do
Was fill my time
With thoughts of you
I tried to go somewhere old
To search for my pot of gold
But all I could ever hold
Inside my mind
Were thoughts of you
I hear your music
And it's driving me wild
Familiar rhythms
In a different style
I hear your music
And it's driving me wild again
Don't want to let you take me down
Don't want to get hurt second time around
Don't want to walk that lonely road again
I hear your music
And it's driving me wild
Familiar rhythms
In a different style
I hear your music
And it's driving me wild again
Don't want to let you take me down
Don't want to get hurt second time around
Don't want to walk that lonely road again
Don't want to let you take me down
Don't want to get hurt second time around
Don't want to walk that lonely road again
(Paul McCartney)
Changes

sábado, 21 de junho de 2008
Haiti

Da fundação casa de Jorge Amado
Pra ver do alto a fila de soldados, quase todos pretos
Dando porrada na nuca de malandros pretos
De ladrões mulatos e outros quase brancos
Tratados como pretos
Só pra mostrar aos outros quase pretos
(E são quase todos pretos)
E aos quase brancos pobres como pretos
Como é que pretos, pobres e mulatos
E quase brancos quase pretos de tão pobres são tratados
E não importa se os olhos do mundo inteiro
Possam estar por um momento voltados para o largo
Onde os escravos eram castigados
E hoje um batuque um batuque
Com a pureza de meninos uniformizados de escola secundária
Em dia de parada
E a grandeza épica de um povo em formação
Nos atrai, nos deslumbra e estimula
Não importa nada:
Nem o traço do sobrado
Nem a lente do fantástico,
Nem o disco de Paul Simon
Ninguém, ninguém é cidadão
Se você for a festa do pelô, e se você não for
Pense no Haiti, reze pelo Haiti
O Haiti é aqui
O Haiti não é aqui
E na TV se você vir um deputado em pânico mal dissimulado
Diante de qualquer, mas qualquer mesmo, qualquer, qualquer
Plano de educação que pareça fácil
Que pareça fácil e rápido
E vá representar uma ameaça de democratização
Do ensino do primeiro grau
E se esse mesmo deputado defender a adoção da pena capital
E o venerável cardeal disser que vê tanto espírito no feto
E nenhum no marginal
E se, ao furar o sinal, o velho sinal vermelho habitual
Notar um homem mijando na esquina da rua sobre um saco
Brilhante de lixo do Leblon
E quando ouvir o silêncio sorridente de São Paulo
Diante da chacina
111 presos indefesos, mas presos são quase todos pretos
Ou quase pretos, ou quase brancos quase pretos de tão pobres
E pobres são como podres e todos sabem como se tratam os pretos
E quando você for dar uma volta no Caribe
E quando for trepar sem camisinha
E apresentar sua participação inteligente no bloqueio a Cuba
Pense no Haiti, reze pelo Haiti
O Haiti é aqui
O Haiti não é aqui
(Caetano Veloso - Gilberto Gil)
sexta-feira, 20 de junho de 2008
quinta-feira, 19 de junho de 2008
Insônia

Espera-me uma insônia da largura dos astros,
Não durmo; não posso ler quando acordo de noite,
Ah, o ópio de ser outra pessoa qualquer!
Não durmo, jazo, cadáver acordado, sentindo,
Não tenho força para ter energia para acender um cigarro.
Estou escrevendo versos realmente simpáticos —
Tenho sono, não durmo, sinto e não sei em que sentir.
Não durmo. Não durmo. Não durmo.
Ó madrugada, tardas tanto... Vem...
A Perfeição

Samba do Grande Amor

quarta-feira, 18 de junho de 2008
Agora Falando Sério

Eu queria não cantar
A cantiga bonita
Que se acredita
Que o mal espanta
Dou um chute no lirismo
Um pega no cachorro
E um tiro no sabiá
Dou um fora no violino
Faço a mala e corro
Pra não ver a banda passar
Agora falando sério
Eu queria não mentir
Não queria enganar
Driblar, iludir
Tanto desencanto
E você que está me ouvindo
Quer saber o que está havendo
Com as flores do meu quintal?
O amor-perfeito, traindo
A sempre-viva, morrendo
E a rosa, cheirando mal
Agora falando sério
Preferia não falar
Nada que distraísse
O sono difícil
Como acalanto
Eu quero fazer silêncio
Um silêncio tão doente
Do vizinho reclamar
E chamar polícia e médico
E o síndico do meu prédio
Pedindo pra eu cantar
Agora falando sério
Eu queria não cantar
Falando sério
Agora falando sério
Eu queria não falar
Falando sério
(Chico Buarque)
terça-feira, 17 de junho de 2008
Tabacaria

Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Falhei em tudo.
(Come chocolates, pequena;
(Tu que consolas, que não existes e por isso consolas,
Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?)
Álvaro de Campos, 15-1-1928
domingo, 15 de junho de 2008
Biblioteca Virtual Gratuita

Cruz de Malta

Guerreiros do Almirante
José Bispo Clementino dos Santos (12/05/1913 - 14/06/2008)

Vá com Deus, Jamelão! E, se tiver samba no céu, assuma seu lugar de puxador oficial do paraíso.
Ilmo Sr. Ciro Monteiro ou Receita Pra Virar Casaca de Neném

Amigo Ciro
Muito te admiro
O meu chapéu te tiro
Muito humildemente
Minha petiz
Agradece a camisa
Que me deste à guisa
De gentil presente
Mas caro nego
Um pano rubro-negro
É presente de grego
Não de um bom irmão
Nós separados
Nas arquibancadas
Temos sido tão chegados
Na desolação
Amigo velho Amei o teu conselho
Amei o teu vermelho
Que é de tanto ardor
Mas quis o verde
Que te quero verde
É bom pra quem vai ter
De ser bom sofredor
Pintei de branco o teu preto
Ficando completo
O jogo da cor
Virei-lhe o listrado do peito
E nasceu desse jeito
Uma outra tricolor
(Chico Buarque)